quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Não tão fundamental assim...

Hoje andei pensando sobre mudar meu conceito de que conhecer completamente as pessoas é fundamental. Não consigo me decidir se é melhor se deixar surpreender ou ir afundo em alguém pra saber o que esperar e não se machucar, cedo ou tarde. Também me peguei pensando nisso porque acho que uma mesma pessoa pode ter muitas pessoas dentro de si.

Acho que o mais certo, portanto, seria sentirmos as pessoas. Corpo, alma e coração. Sentirmos aquela pessoa de cada dia, aquela pessoa que menos se deixa transparecer. A que menos aparece é sempre a mais verdadeira. Conhecer de verdade é sentir aquela pessoa que te prende sem ao menos te tocar, que te olha a fundo sem mesmo estar próxima de ti, é aquela que sabe que ela está dentro de você, do jeito mais simples, sutil, marcante ao mesmo tempo.

A pessoa de verdade é aquela com quem o tempo passa sem perceber mas que você deseja que o tempo pudesse parar pra você entender e conhecer as outras pessoas que ela pode te mostrar, que pode deixar ser vista. A melhor das pessoas, concluí, é aquela que está entre linhas. A melhor pessoa é aquela que, mesmo que em algum momento te decepcione ou te mostre um lado muito inesperado, vai te surpreender positivamente a qualquer momento.

As decepções são aprendizados, as surpresas também. É preciso que saibamos ler no vazio, ouvir no silêncio e entender, na ausência, que a essência é variável.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

I'm so between the lines...

Tô naqueles dias em que a mente tá cheiona de coisas e que você não consegue ordenar as ideias pra poder escrever. E é difícil começar uma coisa quando não se sabe por onde começa...é como achar ponta de pisca-pisca em época de Natal, sabe? Demora...mas rola. E é daí que sinto que saem as melhores coisas, as palavras mais sinceras, aquelas que saem de onde estão direto pra tela do computador, já que não usamos mais papel.

Sentimentos muito diferentes se misturam dentro de mim, mais na minha cabeça do que no meu coração. Meu coração anda muito bem resolvido. Tô vivendo aquelas fases em que tudo faz sentido pra mim quando se trata disso. Estando bem com isso, você tem meio caminho andado, tem coragem e paixão pra seguir em frente. Um coração em paz te chama para ter uma mente tranquila.

Mas...quem é que consegue ter um coração em paz quando se vive batalhando com a própria mente? Isso é algo que chamo de impossível. Minha mãe sempre me ensinou o poder da mente e o bem ou mal que ela pode lhe fazer. Hoje acredito muito nisso...e agradeço por não ter nenhum pensamento que julgo ruim na minha mente. O que tenho são palavras soltas, pensamentos confusos, decisões já tomadas - e bem tomadas - que eu insisto em repensar.

Tenho medo de começar e de terminar coisas. Sempre fui assim. E essas características pesam na minha cabeça há 25 anos, nunca fui muito objetiva ou até mesmo uma pessoa simples. Se tenho de começar algo tenho medo daquilo que vou encontrar no caminho que devo começar. Se tenho de terminar, repenso as consequências um zilhão de vezes e nunca acharei que estou certa ou que a culpa não é minha.

Hoje, o que mais me aflige, é ter de terminar uma coisa que nem ao menos comecei. Ou comecei, mesmo sem perceber. Não é algo que me dói na carne, que vai me dilacerar o coração dentro do peito e nem me fazer derrubar algumas lágrimas...que, na verdade, já começam a cair. Bom, talvez algumas. É daquelas coisas que te fazem perder o ar e que você sabe que, nesse caso, respirar é mais do que preciso.

Por mais que pareça bobagem e totalmente controlável...acredite...não é. É necessário disciplina, memória curta, pouca atenção aos detalhes, ao que está subentendido. E mais do que isso é preciso que você não tente ouvir, no silêncio, aquilo que você queria que tivesse sido dito.

Costumo escrever quando sinto coisas que julgo só minhas, que posso escrevê-las de um jeito que ninguém entenda. Dessa forma é quando digo tudo aquilo que eu sinto pra mim pra que eu possa olhar de fora, analisar e tentar entender. Acho que quando escrevo é o momento em que saio do meu corpo e assisto minha alma contando os melhores segredos sobre mim. Acho que estou começando a entender o que se passa.