sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Tão, tão, tão distante...

Distância é uma coisa do mal. Mas assim, do mal mesmo. Sabe quando você tá doido de vontade de ver uma pessoa e ela está longe de você? Ou quando você está morrendo de vontade de comer aquela comidinha de uma cidadezinha que você visitou quando fez aquela viagenzinha?

Mas, quando se trata dessa distância há carros, motos, ônibus, aviões, trens...enfim, meios de chegar aonde se quer. É uma distância meramente física, espacial, cheia de fronteiras fáceis de serem quebradas. Nem que precisemos de passagens, passaportes, vistos...tudo isso parece estar ao nosso alcance.

O que me parece do mal é a distância que nós mesmos criamos. A distância do sentimento, da alma, do espírito. A distância que nos parece impossível. A distância que alimentamos tão veementemente.

A distância que inventamos para justificar aquilo que nos falta fazer. Visitar um amigo, reviver um momento, refazer coisas que nos fazem bem, terminar aquilo que começamos. Distância essa que nos impede de amar, de sentir, de viver, de ver.

E esse espaço que fica não se ocupa com nada, com ninguém, é daquilo que falta e pronto. É um espaço destinado a uma coisa inacabada. E quer saber? Não há meio de transporte que chegue. O único meio somos nós mesmos...nós e nossa coragem, tantas vezes ausente.

Essa distância, tão isenta de quilômetros, machuca muito mais do que aquela em que compensamos com alguns metros de asfalto. É algo em que não se conhece o fim. O destino é incerto...e isso pode ser o motivo da coragem não ficar por perto.

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