sexta-feira, 24 de junho de 2011

O clichê das aparências

Ter 1,50m, uns quilinhos a mais, bochechas cor-de-rosa e um sorriso quase constante faz com que as pessoas tenham duas imagens de você: ou que você é de ferro e aguenta qualquer coisa ou que não é capaz de suportar coisa alguma como ela é de fato. Acredito que a primeira opção seja pelo sorriso que, entendam é QUASE sempre constante, e a segunda pelas bochechas cor-de-rosa, as quais eu cultivo desde que nasci.

Apesar de ter convivido com isso na minha vida toda, nunca me permiti muito que as pessoas me poupassem de coisas que eu deveria passar ou que eu poderia saber. Assumi essa postura quando, muito cedo, tive de encarar aquilo que a vida não podia me poupar ou pular quando chegava a minha vez. Foi quando aprendi a me fortalecer diante daquilo que eu não podia mudar, quando aprendi que eu podia chorar frente aquilo que me decepcionava ou me fazia sofrer. E eu chorava, e ainda chora, mesmo me sentindo humilhada e diminuída por parecer fraca, mesmo não sendo.

Demorei a me tornar uma pessoa otimista, capaz de enxergar naquilo que te dói uma lição, mesmo que sofrida, uma lição. Porém, sempre fui consciente o bastante para entender que a dor faz do crescimento e, principalmente, do entendimento instrumentos para se passar por aquilo que lhe parece eterno e sem solução. Aos poucos, você percebe que não passam, dia a dia, somente horas, minutos, segundos...passam pessoas, memórias, lembranças, sonhos, expectativas. Mas, passam para que possam dar lugar outros, aos novinhos em folha.

Sempre fui adepta do sentir com intensidade aquilo que assola o coração, seja algo bom ou ruim. Aprendi que é só esse o remédio para tirar de dentro de você aquilo que está lá há tanto tempo que já parece fazer parte de você, mesmo sendo algo que te faz mal, que te assombra, que te cansa. É preciso sentir o quanto for para dar espaço para algo que te faça bem, que te ajude a superar.

Que melhor maneira de se saber alocar e classificar seus sentiimentos do que permitindo que outros entrem no seu coração?

2 comentários:

Márcia Uehara disse...

O bonito disso é o que não está explícito e fica por nossa conta imaginar =))

Unknown disse...

Xará, como é possível me identificar tanto assim com alguém?! É impressionante! Eu também tenho essa "fama", pelo sorriso fácil e quase constante. Ah, a Carol é forte e aguenta tudo! E não é que a gente acaba sendo assim mesmo? Depois da dor, do choro, de cada experiência, a gente se fortalece e aprende, aos poucos, a encarar tudo como uma lição nesse caminho doido a que chamamos de vida! Lindo texto! BjoBjo!