terça-feira, 3 de novembro de 2009

Será que somos como o mundo pós crise?!

Hoje, assistindo ao jornal Bom Dia Brasil, de manhã, ouvi boas notícias a respeito da crise financeira que assolou o país no final de 2008 e que se arrastou até poucos meses. Pois é, o setor automobilístico - símbolo da crise - se recuperou bem e a Ford anunciou um lucro de 1 bilhão de reais. Isso sem pedir dinheiro do governo...o que já é uma vitoria.

Além disso, os EUA, um dos países mais atingidos por esse terremoto na economia, também tem se recuperado e o Obama também tem demonstrado sinais de recuperação e volta por cima. Bom, é como diz o velho ditado: não há bem que seja pra sempre e nem mal que sempre dure.

Agora, tenho pensado. Será que nós, seres humanos, também somos capazes de nos recuperar tão rapidamente, e com resultados tão positivos após uma séria crise?! Nossos sentimentos são como ações da Vale, da Petrobras, ou de qualquer outras grandes empresas...extremamente vulneráveis. Mas ainda assim tem sempre alguém querendo "comprá-los", ou apostar neles.

Somos como o mercado financeiro, sabem?! Uma onda boa, uma onda ruim, baixa de preços, alta do dólar, desvalorização do mercado. Eu estou nessa fase, da desvalorização do mercado. Por mim e pelos outros.

Estou com 23 anos. Me formei aos 21, em jornalismo. Durante uma vida toda acreditei que essa era a profissão ideal pra mim. Sempre me encaixei, me formei com muito, mas muito esforço mesmo...meu e, principalmente da minha mãe, Eliana. Com o dinheiro do aluguel de uma casa deixada pelo meu pai (que deixou a gente há 21 anos) e fazendo e vendendo pães caseiros numa cidadezinha chamada Mogi Guaçu (onde eu cresci) ela me criou, me ensinou valores, e conseguiu me manter em São Paulo durante quatro anos.



Mesmo quando fiquei 3 meses de cama, doente, sem poder nem ao menos andar, ela esteve do meu lado. Se desdobrou em duas, pagou dois aluguéis e fez da vida dela, a minha. É como eu disse, mesmo que nossas ações estejam desvalorizadas, sempre há alguém que quer comprá-las. Comprá-las e investi-las em algo que possa dar dinheiro e frutos no futuro.

E foi isso que ela fez. Não deixou que a minha empresa pedisse concordata, falisse ou quebrasse. Ela foi lá, comprou as ações e investiu. Deu certo. Mas um pouco depois, ela vendeu parte dessas ações pra duas pessoas que não fizeram o mesmo que ela.

Esses novos compradores me desvalorizaram, me humilharam, me enganaram, e tentaram me convencer de que eu já era um mercado perdido. Sem qualquer potencial, sem qualquer diferencial, sem nada. Algo simples, comum e normal. Mesmo depois de toda minha dedicação e entrega ao trabalho, mesmo que em condições nada favoráveis a mim, aprendi com minha "investidora" que devemos ajudar as pessoas, mostrar que estamos abertos a aprender, a crescer, a ter paciência e colaborar. Que é bacana fazer parte de um crescimento.

O que eu recebi por tudo isso foi descaso, mentiras, humilhação e salários menos do que simbólicos. Ainda assim, ela continuou apostando em mim. Ela me disse que Deus é o único capaz de saber porque passamos por tantas provações, por tantos obstáculos. E me ensinou ainda que é Ele e somente Ele que nos dá aquela reviravolta no tempo certo.

Além disso, ainda dividiu seus percentuais com outro grande investidor. Aquele que jamais se deixa abater. E lado a lado, me mostrou que somente quando estamos juntos somos capazes de vencer. A companhia, a perseverança, a coragem, a inovação, o amor e o carinho foram suas estratégias de mercado pra me manter em pé e confiante.



Por isso, somos como o mundo após uma crise financeira. Sempre somos capazes de nos reerguer, de deixar a crise para trás e de anunciar lucros surpreendentes e inesperados. Mas deve ser como na economia...assim, quando menos se espera.

Não deixe que NINGUÉM, NUNCA, diga que você é um mercado perdido, condenado, sem perspectivas de melhora. Isso não existe. Há sempre um investidor, um corajoso, que aposta em você e que te transforma numa Ford. E quando isso acontecer, nada mais te segura. E não haverá crise alguma capaz de te derrubar.
Eu já encontrei meus investidores. São eles que não me deixam desistir, que não permitem que essas pessoas sem qualquer visão de mercado possam usar do meu potencial, do meu nome, das minhas qualidades. E muito menos que se apoiem em meus defeitos para justificarem seus fracassos.

É isso. Meu mercado anda baixo. Mas não por falta de esforço e investimento de meus incentivadores. Por falta de credulidade minha. Mas só com eles ao meu lado posso continuar acreditando que posso, devo e mereço continuar me apresentando como Carla Carolina, jornalista. E que não posso deixar de fazer o que eu faço de melhor.

7 comentários:

Unknown disse...

Eu não vou parar de te atormentar até vc escrever um livro!

ana paula carvalho disse...

É, escreva um livro !!!
isso está cada vez melhor...

Carla Carolina disse...

Obrigada!!!

Unknown disse...

VOCE TEM TODA RAZÃO A CRISE É UMA ONDA MUITO GRANDE,EU ESTOU +OU- ASSIM TENHO QUE TER MUITA FORÇA DE VONTADE PORQUE VOCE SABE MINHA VIDA PASSOU UM SUNAME,DESISTIR DO NOSSO SONHO NUCA ADIA-LÓS SIM DESISTIR NUNCA BJS

Vânia disse...

Adorei seu texto, firme querida, um dia (que será em breve) veremos seu nome em um grande jornal ou revista.Tenha fé e tudo conseguirá!!!Beijos.

Sweet Pandora disse...

Caroline... vc sempre esta na luz!! Parabéns, não só pelo seu texto mas principalmente por conseguir enxegar pequenos detalhes, que com certeza é o que faz o mercado futuro aposta em você!! Keep teh faith, como dizia Jonh, um grande amigo meu!! beijocas....

Unknown disse...

Tia Lica é Tia Lica...
simplesmente ela...e foi isso que ela passou a voce...as duas merecem td de melhor na vida...
bjinhuss