quinta-feira, 27 de maio de 2010

Comissão anistia Glauber Rocha


Hoje o país finalmente reconheceu a injustiça que cometeu contra Glauber. Foi um dia de refletir sobre como as ditaduras não conseguem conviver com a criatividade e a liberdade de expressão e de aprender para não repetir o passado"

O cineasta foi preso por 18 dias, em 1965, durante protesto contra a ditadura militar, no Rio de Janeiro. Nomes importantes do cinema mundial, como Jean-Luc Godard e François Truffaut, enviaram mensagens de repúdio ao então presidente da República, Castelo Branco.

Depois de solto, Glauber foi para Nova York, em 1971, onde passou cinco anos, para fugir do agravamento da repressão pelo regime militar.

Desculpas
Em nome do Estado brasileiro, o presidente da Comissão, Paulo Abrão, pediu desculpas à Lúcia Rocha, mãe do cineasta. Aos 91 anos, ela se emocionou ao assistir às homenagens do governo ao filho.

A Comissão de Anistia determinou o pagamento de pensão vitalícia de R$ 2 mil à última esposa de Glauber, Paula Gaitan. A viúva vai receber ainda R$ 234 mil, referentes às mensalidades retroativas à data do pedido de anistia, feito em 2006 por Paloma Rocha, uma das filhas do cineasta.

Cinema novo
Guiado pelo princípio de “uma câmera na mão, uma ideia na cabeça”, Glauber Rocha criou uma nova identidade para o cinema brasileiro. Durante a sessão que vai decidir sobre a anistia política, será realizado um ato cultural em homenagem ao cineasta, com a exibição do vídeo “Sessão de Memória” e apresentação do grupo teatral “O Bando”.

Entre os filmes mais importantes da obra do cineasta estão “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, que concorreu à Palma de Ouro no Festival de Cannes, em 1963, e “Terra em Transe”, que chegou a ser censurado, mas foi exibido no Festival de Cannes e ganhou os prêmios Luiz Buñuel e da Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica.


Fonte: G1

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